HISTÓRIAS DE ESPIRITUALIDADE

HISTÓRIAS DE ESPIRITUALIDADE
A SABEDORIA DOS MESTRES

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

NASRUDIN E A MORTE RACIONAL



Certo dia filosofava Nasrudin consigo mesmo, em voz alta:
- Vida e Morte... Quem sabe o que serão?
A mulher de Nasrudin encontrava-se num aposento contíguo e não conseguiu deixar de sorrir, exclamando:
- Homens, meu Deus, homens, todos parecidos, quase iguais, sem a menor réstia de espírito prático.
Qualquer um tem consciência de que quando os membros do corpo ficam frios e rijos, é sinal que o ser humano morreu.
Nasrudin ficou boquiaberto. Como era prática a sua esposa.
Os tempos passaram, e num dia de Inverno enquanto ia de um povoado para outro, tendo de percorrer algumas penosas milhas, num caminho atapetado de neve, sentiu as mãos e os pés ficarem completamente gelados e os membros a enrijecerem progressivamente.
Rememorando as sábias palavras da companheira, pensou:
“Estou morto. E estando morto não posso caminhar. Os mortos não caminham nem se mexem, ficam deitados e imóveis.”
De imediato, deitou-se imóvel em cima da neve, ficando cada vez mais gelado, mas sem que se mexesse, comportando-se como um morto.
Decorridas algumas horas passaram no caminho dois viajantes que o encontraram estendido na neve.
Depois de o observarem, começaram a discutir se estaria vivo ou morto. Nasrudin quis dizer-lhes que estava morto, mas os mortos nunca falam. Assim, manteve-se calado e imóvel.
Os viajantes já plenamente convencidos do decesso de Nasrudin levantaram-no e lá o foram carregando a muito custo para o cemitério mais próximo, até que encontraram uma encruzilhada sem que acordassem no caminho a seguir.
Um queria ir pelo da direita, enquanto que o outro pelo da esquerda, e assim se quedaram em acesa discussão.
Nasrudin exasperava e não se conteve:
- Ouçam meus bons amigos, a estrada pela qual me deveis conduzir ao cemitério é a da esquerda. É certo e sabido que os mortos não falam, por isso prometo-vos solenemente que só agora o faço e não o tornarei a repetir.





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