O Quinto Patriarca decidiu escolher o seu sucessor e propôs aos discípulos que captassem a essência do Zen num poema. O autor do melhor poema seria de direito o seu sucessor.
Os monges já pressagiavam o vencedor: o aluno mais antigo. Ninguém ousou competir com a sua sagacidade, inteligência e destreza.
Aguardaram, e o poema apareceu numa parede:
“Este corpo é a árvore de Bodhi.
A alma é como um espelho brilhante.
Tem cuidado para que esteja sempre limpo,
Não deixando que o pó se acumule nele.”
Os monges deliciaram-se. Certamente o Quinto Patriarca também se iria deliciar.
Mas, no dia seguinte, ao lado deste, estava outro poema:
“Bodhi não é como uma árvore.
O espelho brilhante não brilha em parte alguma:
Se nada há desde o princípio,
Onde se acumula o pó?”
Com espanto se questionaram os monges.
“Quem o teria escrito?”
Descobriram o seu autor, o humilde cozinheiro do mosteiro.
Foi a ele que o Quinto Patriarca ofereceu o seu manto e a sua tigela, nomeando-o Sexto Patriarca.
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